Veio durante a madrugada de hoje e do outro lado do atlântico mais uma bomba de mercado da NBA. E quem mais do que Adrian Wojnarowski, o famoso repórter e colunista da ESPN, para espalhar as novidades na sua conta do Twitter? Segundo o mesmo, os texanos chegaram a acordo com a equipa da capital numa troca que envolve dois bases com currículo de All-Star, Russell Westbrook e John Wall, para além de uma escolha de primeira ronda em 2023 (com proteção se fizer parte da lotaria) e que segue para Houston.
Nesta fase das carreiras, são várias as semelhanças entre os dois protagonistas desta movimentação. Talento inegável, atletas explosivos e velozes, porém com contratos exorbitantes e um historial de lesões preocupante. Então, que mudanças traz esta troca?
Houston Rockets

Haverá um leque de opiniões diverso acerca da abordagem da equipa do Oeste. Na realidade, tudo ainda é muito incerto, não havendo sequer a certeza de que os fãs chegarão a ver John Wall e James Harden a trajarem o mesmo equipamento, já que a saída de Westbrook poderá significar o mesmo caminho para o MVP de 2018 e cara da franquia que, à semelhança do ex-companheiro, também manifestou a sua vontade em abandonar a equipa.
Assim sendo, a chegada da escolha número 1 do draft de 2010 poderá ter várias interpretações. A primeira é de que, efetivamente, o novo GM dos Rockets, Rafael Stone, pretende satisfazer a vontade de ambas as estrelas da equipa permitindo que as suas qualidades sejam aproveitadas em outros contextos. No entanto, com as contratações de Christian Wood e Demarcus Cousins e com o potencial retorno por James Harden, tudo indica que o caminho a seguir não será a reconstrução a longo prazo, ainda que o base de 30 anos tenha trazido consigo uma escolha de primeira ronda. Em alternativa, todas estas movimentações poderão sugerir que o desejo da franquia é manter a sua maior estrela a todos os custos, reformulando mais uma vez toda a estrutura do plantel e crendo que poderá ser desta que porão as mãos ao troféu.
Independentemente da verdadeira razão por detrás desta troca, é expectável que a equipa de Houston se volte a apresentar competitiva, almejando a nona presença consecutiva na fase decisiva da época e mantendo o recorde atual da liga nesse registo.
John Wall
Para os mais desatentos, a última vez que o novo base dos Rockets se equipou para uma partida oficial de NBA foi no dia 26 de Dezembro de 2018. Ainda que o próprio assuma que não só está totalmente recuperado, como na melhor forma que alguma vez esteve em toda a sua carreira, uma rutura no tendão de Aquiles é sempre um pesadelo a temer por qualquer atleta. Para além do longo processo de recuperação, o normal é que a performance do jogador jamais volte a atingir os mesmos níveis. No entanto, são vários os testemunhos de que Wall aparenta ser o mesmo ou até melhor, incluindo o de Kevin Durant que também passou a época passada a recuperar de uma lesão semelhante.
Em todo o caso, este será um desafio como nunca encarado para John Wall. Depois de uma década inteira na equipa que o trouxe à liga, viaja agora para uma mais equilibrada e competitiva conferência Oeste onde fará a sua estreia quase 2 anos após a sua última partida.
Washington Wizards

A equipa de Washington poderá muito bem ser considerada a verdadeira vencedora da troca. Nunca é fácil desfazer-se de um jogador tão fulcral e querido pelos fãs, colegas e staff. Sendo a peça fundamental nas 3 presenças nas meias-finais da conferência Este, John Wall estava a caminho de se tornar numa das maiores lendas da franquia da capital, com o número 2 cada vez mais à vista de ficar um dia imortalizado na Capital One Arena. Mas, não conseguindo prever a sua lamentosa lesão após a assinatura do seu desmedido contrato, os Wizards acabam por seguir a sua vida de cabeça erguida.
Ainda que Russell Westbrook seja dois anos mais velho e que também as suas pernas causem um ocasional susto, está claramente num patamar superior ao do antigo base da equipa. Aliás, foi apenas na época anterior à drástica lesão de Wall que Westbrook venceu o seu prémio de MVP. Ainda esta época, aquando da implementação inovativa do sistema de jogo dos Rockets, voltou a demonstrar toda a sua explosividade e talento acabando a época com médias de 27.2 pontos, 7.9 ressaltos e 7 assistências.
Com esta troca, os Wizards apontam novamente para os playoffs, rodeando o base de 32 anos com vários atiradores e conjugando-o com Bradley Beal, um talento nato em quem são depositadas confianças para uma coexistência bem-sucedida. Beal terá que demonstrar as suas qualidades sem bola e será a principal arma para aliviar a pressão da mesma das mãos de Westbrook. Uma nova dupla que promete ameaçar qualquer equipa do Este.
Russel Westbrook
De todos os cenários que se haviam desenhado para o atleta californiano, este será certamente um dos mais agradáveis. A sua solicitação para troca no início de Novembro gerara pouco entusiamos na generalidade dos GM’s da liga, tendo demorado um mês para que finalmente a mesma ocorresse. Wizards e Rockets já haviam conversado na altura do Draft, mas Tommy Sheppard, o diretor dos Wizards, não demonstrara qualquer tipo de interesse em desfazer o seu par de estrelas. O mercado para Westbrook era escasso, tendo apenas as equipas de Charlotte e New York surgido em rumores.
Agora, o antigo base dos Thunder e dos Rockets vestirá uma nova camisola na NBA, combinando uma série de fatores que delineara como essenciais: uma nova equipa onde pudesse ter mais influência e continuar a ser competitivo.