Se existe algo dado como certo ao longo das nossas vidas, o medo uma dessas coisas. Só pelo título deste artigo recordo-me de nomes como Michael Jordan (sim, leste bem), Steph Curry, Kevin Love, DeMar DeRozan, Ricky Rubio, John Amaechi, Jason Collins ou até mesmo Lonnie Walker, sendo este último o caso mais recente sobre os medos e as fobias que os jogadores da NBA (atuais e antigos) sofrem.
Provavelmente deves ter lido recentemente sobre a revelação de Lonnie Walker, quando este cortou radicalmente o seu cabelo como uma forma de afastar os fantasmas e medos que atormentaram o jogador desde os seus tempos de infância (sofreu abusos sexuais), e ao mesmo tempo em que jogava, acredito que o jogador se sentiu inseguro devido ao seu passado terrível.
Ora bem, de sentir-se inseguro enquanto estava a jogar, Lonnie não foi caso único. Longe disso.
Recorde-se que existem vários jogadores que têm medo de serem mal interpretados por causa de uma revelação, outros jogadores têm medo de sofrer novas lesões (como Curry), outros de perderem alguém próximo por doença (como foi o caso de Ricky Rubio), e outros de deixarem que a sua doença afete a sua vida (Kevin Love e DeMar DeRozan), outros com medo de falhar, e outros com outras fobias, tais como agorafobia, aracnofobia, coulrofobia, ou aquafobia (Michael Jordan).
São casos bastante graves, até porque os medos são responsáveis pelo falhanço da maioria dos jogadores e provocam falta de confiança. Por esses motivos, a NBA lançou o seu programa psicológico para ajudar esses jogadores e afastar os seus medos.
Temos o exemplo do que aconteceu em 2007. Nesse ano, John Amaechi decidiu revelar que é homosexual, quatro anos depois de ter colocado um ponto final na sua carreira e isso despoletou uma reação homofóbica no ex-jogador dos Miami Heat, entre outras equipas, Tim Hardaway.
Este, como consequência da sua atitude, foi proibido de frequentar o seu programa de All-Star da NBA, e desde então que a liga tem demonstrado que não tolera comportamentos homofóbicos como o de Tim Hardaway.
Em 2013, Jason Collins fez o mesmo que John Amaechi, só que a revelação aconteceu enquanto jogava, e recebeu apoio em massa de todos os quadrantes desportivos, incluindo do próprio Tim Hardaway, que antes se tinha assumido homofóbico.
Voltando ao programa psicológico que a NBA lançou após às revelações psicológicas de Kevin Love e de DeMar DeRozan, tiro o chapéu à NBA que ajuda psicologicamente os jogadores, apoiando-os a superarem os seus medos. No entanto, é bastante irónico que a própria liga tenha demonstrado ter medo de perder os lucros, uma vez que é uma das mais conhecidas e prestigiadas competições desportivas do planeta.
Recorde-se que a NBA viu os seus receios se confirmarem devido à polémica com o GM dos Houston Rockets, Daryl Morey, relativamente à China e depois, com a suspensão decretada devido ao caso positivo de Rudy Gobert (Utah Jazz). Para termos uma ideia, a NBA pode perder, devido à crise com a China e ao Covid-19, a módica quantia de 670,28 milhões (!) de dólares.
Apesar de tudo, sejam quais forem os medos e as dificuldades, tanto a liga como os jogadores têm tudo o que é preciso para superarem os seus medos e voltarem mais fortes, porque o que não nos mata, torna-nos mais fortes!
Artigo de opinião escrito por Eduardo Lima
Se estás ansioso por transformar o que vês dentro do campo em palavras e pretendes partilhar a tua visão sobre qualquer tema relacionado com o basquetebol, envia-nos a tua crónica e a mesma será publicada no Lance Livre. Eis o que deves fazer.
Segue-nos nas redes sociais: Facebook, Instagram e Twitter