LeBron James, MVP das Finais e estrela dos LA Lakers, alguns dias após ser nomeado pela Sports Illustrated como “Desportista do Ano”, foi agora eleito o “Atleta do Ano” pela Time, prestigiada revista norte-americana.
Num ano peculiar para todos e em que os Estados Unidos atravessaram diversas situações complicadas e importantes para o país, o King fez com que a sua voz se ouvisse e com que a sua presença fosse sentida. Afinal, não é por acaso que se é candidato a este prémio e. principalmente, o vencedor.
Recordemos o percurso de LeBron em 2020 enquanto um dos maiores exemplos de ativismo, como a revista decidiu relembrar e reforçar. Por onde começar?
More than an Athlete
A 8 de junho, a partir de sua casa, James tomou a iniciativa de juntar numa videochamada mais de 20 atletas profissionais, figuras públicas e políticos. Os Estados Unidos, nesta altura, encontravam-se num estado caótico, com ruas cheias de pessoas a manifestarem-se contra a injustiça racial e a exigirem uma mudança sistémica. O que é que este grupo poderia fazer em relação a isso? O King tinha a resposta.
O extremo dos Golden State Warriors, Draymond Green, revelou que sentia desconforto em relação a encorajar outras pessoas a votar quando ele próprio não votava desde 2008. Porém, LeBron assegurou que essa era a solução para o problema e que a história pessoal de Green podia inspirar outros a votar pela primeira vez ou até regressar às bancas de votação.
O momento atual do país exigia um movimento e James, o melhor jogador de basquetebol da sua geração e um dos homens negros mais influentes no mundo, estava pronto para assumir o cargo.
“Eu queria que as pessoas soubessem qual era a minha missão, qual era a minha motivação e paixão e como é que íamos conseguir o que queríamos.”
A 23 de junho, o norte-americano lançou a organização “More Than a Vote“, com um único objetivo: Levar mais pessoas à boca das urnas. Já do dia das eleições, um pouco menos de 5 meses depois da fundação da organização, esta incentivou e ajudou mais de 40 mil pessoas a votarem, votos que se revelaram cruciais para a vitória de Joe Biden em cidades como Milwaukee, Atlanta, Detroit e Philadelphia.
Um ícone no desporto
Não nos esqueçamos que LeBron, para além de ser uma das personalidades mais influentes e ativistas deste século, em 2020 liderou também os Los Angeles Lakers para o seu 17º título da NBA e o quarto para o jogador de 35 anos. Para além disso, voltou a ser candidato a MVP da fase regular e foi nomeado pela 16ª vez para All-Star. Não surge do nada a declaração de Naomi Osaka, tenista feminina.
“Ele não só é o melhor jogador como também é o que tem a voz mais poderosa.”
E assim foi, com o mundo do desporto a reagir à injustiça racial que estava cada vez mais visível com o acréscimo de casos reportados nos Estados Unidos.
Pelo mundo fora, atletas seguiram o movimento de James, com alguns a destacarem-se mais que outros. Marcus Rashford foi um deles, ao conseguir garantir ajuda monetária do governo britânico, no valor de 220 milhões de dólares, para famílias com dificuldade económicas e para crianças com carência alimentar.

Outro exemplo é Lewis Hamilton, a estrela da Fórmula 1 e o único piloto negro, começou a ajoelhar-se antes do início das corridas enquanto usava uma camisola que dizia “Black Lives Matter”. O britânico ajudou também na criação de oportunidades para pilotos e engenheiros negros no mundo dos desportos motorizados.

Com a início da NBA cada vez mais próximo e com o King a preparar-se para a sua 18ª temporada, LeBron James insiste que o seu trabalho fora de campo está apenas a começar.
“Nunca nos vamos limitar apenas a jogar os nossos desportos respetivos. Nunca vai ser assim enquanto eu estiver por cá. Espero conseguir inspirar atletas suficientes para, quando eu não estiver cá, esse legado continue.”