Para os mais distraídos (ou encantados) pela média de triplo-duplo de Russell Westbrook pode parecer estranho, mas Paul George é mesmo o jogador que mais tem contribuído para o sucesso dos Oklahoma City Thunder.
Quando foi escolhido na 10.ª posição do draft da NBA de 2010, Paul George não imaginaria que nove anos depois jogaria com Russell Westbrook em Oklahoma e que seria mais valioso para a equipa do que próprio Westbrook.
Apesar da média de triplo-duplo que leva (pelo 3.º ano consecutivo) em 44 partidas jogadas até então, Westbrook não é o jogador mais importante e decisivo dos Oklahoma City Thunder. Esse papel pertence a Paul George que tem feito uma temporada absolutamente magnífica, a melhor da carreira.
Com máximos de carreira na percentagem de lançamentos de 3 pontos (41%) e o 3.º jogador com mais triplos convertidos esta temporada (189), “PG13” acrescenta ainda máximos de carreira nos ressaltos conquistados (8), nos roubos de bola (2.3) e nos pontos marcados (27.6).
No entanto, o real impacto da temporada de Paul George só pode ser detalhadamente analisado através das advanced stats, “estatísticas avançadas” que determinam uma larga vantagem comparativamente ao colega de equipa, Westbrook.
Paul George está a fazer a temporada mais produtiva da carreira com um PER (Player Efficiency Rating) de 24.6 – já o de Westbrook é de 20.5 distante dos 30.6 da temporada em que conseguiu a primeira época com médias de triplo duplo.
A TS% (True Shooting Percentage) do camisola #13 dos Thunder nunca foi tão elevada como este ano (59.2%), comparativamente aos 48.2% de Westbrook, que está a fazer a pior época da carreira a lançar ao cesto. No meio campo defensivo, George é o jogador com a média mais elevada de roubos de bola (2.3) da Liga e o jogador com mais roubos de bola protagonizados até agora (117).
Neste aspeto em específico, Westbrook está logo atrás do colega de equipa, porém, a diferença entre o impacto que os dois atletas têm no basquetebol da formação de Billy Donovan pode ser atestada no contributo direto que tem nas vitórias da equipa.
O dado estatístico que consegue verificar esse impacto é a média de WS (Win Shares) – estimativa do número de vitórias para as quais o jogador contribuiu. Neste capítulo, Paul George é o jogador dos Thunder com a média mais elevada (10.8), contudo a média de Win Shares em 48 minutos espanta ainda mais.
Se tivermos em conta que a média da liga anda nos .100, que Michael Jordan tem o registo mais elevado da história (.250) e que Paul George tem, até agora, uma média de .223 (a maior do plantel dos Thunder), percebemos a real importância que tem no jogo da equipa.
Atualmente na 3.ª posição da Conferência Oeste, a equipa de Oklahoma tem os playoffs praticamente garantidos e pode ser uma das formações que surpreenda durante a postseason.
Porém, as esperanças dos Thunder nos playoffs dependerão mais da forma como Billy Donovan conseguirá “controlar” Russell Westbrook – sobretudo torná-lo mais eficaz a lançar e a gerir a posse de bola (é o 3.º jogador com mais perdas de bola da NBA) – do que propriamente de uma possível “ausência” daquele que tem sido o MVP da equipa.